Wednesday 25 July 2007

às vezes, acho que sou louca.
às vezes, acho que a gente não pode ter vergonha de gostar.
às vezes escrevo cartas de amor e fico em dúvida pessoana, do tipo fingir a dor que deveras sente.
não sei se às vezes escrevo cartas de amor pra ele ou pra mim.

para lembrar

http://www.i-dressup.com/gamelist_by_cate.php?sub=1 dress up game

não é mais uma impressão subjetiva

ninguém mais pode dizer que a gente exagera. além da nossa co-moradora, vaida, lituana, ter sido observada minuciosa e dedicadamente no uso do chuveiro lá de casa, e de ter sido constatado com base em irrefutáveis evidências que ela toma banho a cada três, quatro dias, agora houve uma elocução que não deixa margem pra dúvida:
- luíza: ai, preciso tomar banho.
- vaida: por quê?
- luíza: eu tomo banho todo dia, oras.
- vaida: é? pra quê?

Tuesday 24 July 2007

the dark pianist

jazz, jazz. li um livrinho inteiro sobre jazz ao acordar, ouvi charlie parker, miles davis. estou me educando. hoje li também que a inteligência só fica a mil, o cérebro tipo esponja até os 25 anos. tenho apenas alguns meses. preciso me ilustrar. lembro daquela vez por causa do kant. sério, eu cheguei a chorar quando li que o kant, no dia do aniversário de 22 anos (ou era 21?) escreveu assim no seu diário: 'tenho 21 anos, começarei minha obra.' é, acho que era mesmo 21.
o negócio é que já estou em porto alegre há mais de duas semanas. desde criança, sempre me emocionei com aquelas cartas que o caio fernando abreu escrevia pra clarice lispector, pra hilda hilst, pra lygia fagundes telles. escrevia de londres, contava sua vida 'fora', divagava sobre a condição de estrangeiro, essas coisas de sempre. e eu sempre quis imitá-lo. (não nego que o blog também tenha este propósito, na falta de correspondentes ilustres.)
e agora me ocorreu fazer uma relação genial entre a minha experiência e a do caio e toda tradição cultural brasileira, cuja origem tem como um dos ramos principais aquele que começa com 'a canção do exílio', do gonçalves dias. a ela se seguiram inúmeras paródias, e inúmeros foram os exilados também. 'minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá / as aves que aqui gorjeiam / não gorjeiam como lá'. e a revisão do chico e do vinícius: 'vou deitar à sombra de uma palmeira que já não há, colher a flor que já não dá.' mas eu, se sou exilada, é do inominável, e a minha saudade é ainda mais simbólica que a vontade de resgatar palmeiras e sabiás.
mas o que quero dizer é que tenho pouco tempo até passar da juventude (do cérebro, ao menos) e toda esta conversa desencontrada deve servir a algum propósito.

 
Google