Monday 28 January 2008

em londres as rapozas. foxes, animais selvagens, por deus! e gritam durante a noite como gatos. em londres a capacidade de agir sem pensar. servir atrás de um balcão, quem diria? não se sabe nunca o que as pessoas diriam da gente. as rapozas parecem ter sido expulsas das pradarias inglesas. nem sei direito o que são pradarias. mas agora elas vivem na cidade, do lixo, no jardim aqui de casa. rapozinhas. em londres fica a semi-auto-determinação. a faculdade cujo diretor é o slavoj zizec, cujo professor ilustre é o eric hobsbawm. em londres as rapozas me amedrontam descendo do ônibus na madrugada, as rapozas, meu deus! animais selvagens.

Friday 25 January 2008

meu quarto em londres está pra alugar!

amigos, preciso alugar meu quarto em londres com certa pressa. se souberem de meninas (não é uma casa mista, hshshsh) procurando onde morar por aqui, por favor, façam circular a palavra.

o quarto é double, bem legal, espaçoso, numa casa de 4 quartos onde moram 3 gurias de porto alegre, todas muito limpinhas e organizadinhas. a casa é super boa, enorme, com uma sala aconchegante com sofás e mesa de jantar. a cozinha tem tudo e bastante espaço pra guardar coisas. tem também um jardim enorme que no verão vai ser uma beleza!

a casa fica em tooting bec, sul de londres, sw17, a umas 3 quadras da estação de metrô. tem também parada de ônibus a 50 metros.

o aluguel é 360 pounds por mês.

meu e-mail é mariamad@gmail.com

Monday 14 January 2008

é uma coisa que não vou aprender
qualquer direção não é a da saída
mas volto a querer fugir
e tento dizer isso com as palavras que mais se pareçam com as minhas
como se dizer fosse expelir
mas o diabo é que não é
estou prestes a tomar uma decisão
eu quero fazer poesia ou tentar entender?
sou uma péssima poeta
e enquanto escrevo posso sentir a força que dirijo sobre a minha força
é trapaça dizer que não é meu o empurrão
desde o primeiro movimento
mesmo que eu nem me reconheça nesse discurso
mesmo que não consiga rastrear o meu caminho
agora qualquer palavra me parece imprecisa
assim qualquer palavra me parece falsa
que bom se a palavra fosse mais que a palavra
(toda palavra já nasce morta, isso sempre)
(ou é esse meu engano capital)
que bom se lida a palavra se transformasse
não pra reviver a palavra e sim pra salvar o dia
como é possível que eu ainda elabore numa hora dessas?
sendo espontânea não me reconheço
se isso aqui fosse poesia ainda assim não bastava
não é escrever, não é londres, não é renato ou francisco ou qualquer nome de homem
ou de mulher
não é o pai, não é a mãe
não é que eu queira ir pra praia
ou pular o futuro imediato
ou pular o presente ou esquecer alguma coisa
tampouco é querer lembrar
(não adianta chamar a psicanalista)
eu não quero lembrar e ter afeto pela memória
cresce o nó e o tempo não vai ter fim
e se eu fosse viajar até não ter mais dinheiro
e depois se via?
qualquer idéia é repetição
e nem é hora de idéias
juro que não sei daonde vim
nem pra quem mandaria essas notas
nunca achei que falar ajudasse
a não ser que ajuda fosse a impossibilidade de retroceder o falar
(não é preciso filosofar sobre essa impossibilidade, é auto-evidente)
mas como seria bom se falar ajudasse
eu falaria, como falo, e falaria mais
mesmo que nunca conseguisse
transformar o nó em poesia

 
Google